Immanuel Kant comparou a si mesmo com Copérnico, que reverteu a forma como vemos o sistema solar,
na medida em que seu trabalho promoveu uma revolução similar na
filosofia. Isto ocorreu quando Kant demonstrou como os problemas
metafísicos tradicionais poderiam ser superados pela suposição de que a
concordância entre os conceitos que usamos para conceber a realidade e a
própria realidade surge da conformação desta realidade a mente humana,
de modo ativo e de forma que todos os humanos possam experimenta-la, e
não porque nossos conceitos mentais passivamente reflitam a realidade,
sem nada adicionar. Destarte, para Kant, a experiência era de extrema
importância, mas a mente humana era a condição de possibilidade para
qualquer experiencia. A mente humana é o que nos permite transcender a
mera atitude passiva em relação a realidade e termos experiências
genuínas.
Em sua Crítica da Razão Pura, de 1781, Kant leva este trabalho a cabo e busca afastar o ceticismo
de filósofos como David Hume, promovendo a dissolução do impasse entre
racionalistas e empiristas. Sua posição não implica em relativismo da
realidade, de fato Kant defende uma realidade objetiva, para a qual
cunhou o termo "coisa em si", porém, se não pelas configurações
específicas da mente humana a experiência da coisa em si é impossível,
de modo que só temos acesso ao resultado de nossos conceitos aplicados
sobre s realidade, para o que utilizou o termo "fenômeno". Desta forma,
não temos acesso a coisa é si, mas a mente humana não altera s
realidade, enquanto coisa em si, ela altera a nossa experiência da
realidade, o fenômeno, em última instância, a mente humana torna
possível a experiência.
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