segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Enciclopédia

 Denis Diderot & Jean D'AlembertResultado de imagem para diderot e d'alembert
  • O pensamento iluminista acreditava na possibilidade de o homem conhecer racionalmente a sua origem e o seu destino. Ao rejeitar explicações religiosas para os fatos da natureza e da sociedade, a corrente filosófica via no conhecimento racional o meio pelo qual o homem poderia libertar-se das trevas da ignorância. Era a idéia do progresso intelectual como condição para o progresso da humanidade que tanto empolgava o Século das Luzes (o século XVIII). Para serem úteis e contribuírem para o processo de “ilustração”, as idéias teriam de chegar ao público. Elas deveriam ser popularizadas.
    É no espírito dessa crença que surge o grande projeto iluminista: A Enciclopédia ou Dicionário Racional das Ciências das Artes e dos Ofícios por uma sociedade de letrados. Organizada pelos franceses Diderot e D’Alembert, a obra teve o seu primeiro volume publicado em julho de 1751.  O objetivo da Enciclopédia era reunir os conhecimentos sobre todas as coisas no estágio em que se encontravam e divulgá-los.  Ao instruir os homens, a obra também promoveria as suas virtudes. Tratava-se de um ambicioso projeto de universalização do saber, inspirado pela certeza de que “a difusão universal dos conhecimentos e das técnicas virá acarretar a libertação do homem, concorrendo para a sua progressiva felicidade neste mundo.”
    Dentro deste projeto, buscava-se não apenas lutar contra a ignorância, mas também dignificar o trabalho prático e desmistificar a atividade intelectual. Esta poderia ser, em princípio, acessível a todos os homens, seres racionais por natureza.

    http://www.revistadehistoria.com.br/secao/conteudo-complementar/a-primeira-enciclopedia 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Fisiocracia

    A fisiocracia, considerada a primeira escola da economia científica, antes até mesmo da teoria clássica de Adam Smith, é uma teoria econômica que surgiu para se opor ao mercantilismo, se apresentando como fruto de uma reação iluminista. Em síntese, a fisiocracia se baseia na afirmação de que toda a riqueza era proveniente da terra, da agricultura.

    O idealizador da teoria foi François Quesnay, médico da corte do rei francês Luís XV. Em seu livro “Tableau Economique”, escrito em 1758, Quesnay afirmava que era inútil tentar alterar a ordem natural da sociedade através de leis e regulamentos governamentais, confirmando assim, uma característica de sua teoria: o estado do laissez faire, ou seja, a não-intervenção do Estado no sistema econômico.


    Para os fisiocratas, a agricultura era o verdadeiro e único modo de gerar riquezas pelo fato de que a mesma proporciona grandes lucros e exige poucos investimentos, por isso deveria ser valorizada, contrariando assim, o pensamento mercantilista da acumulação de metais. Segundo a teoria, como a agricultura era a única fonte de riquezas, deveria haver um único imposto, pago pelos proprietários de terra, livrando o restante da sociedade de grandes quantidades de tributos.

    Em 1774, o ministro das finanças Anne Robert Jacques Turgot tentou introduzir a teoria dos fisiocratas na economia da França, no entanto, devido aos protestos dos proprietários de terras, a tentativa foi um fracasso. Embora a teoria da fisiocracia tenha uma série de limitações, foi de grande importância para a economia científica, visto que foi tomada como ponto de partida para a criação da teoria clássica de Adam Smith.

http://brasilescola.uol.com.br/economia/fisiocracia.htm

Despotismo Esclarecido

   O despotismo esclarecido foi uma forma de governo adotada pelos Reis, no século XVIII, como uma alternativa para a Monarquia Absolutista que estava em crise, devido às idéias Iluministas.Até então, acreditava-se que o monarca era escolhido por Deus. Sem serem questionados, os monarcas exerciam seu poder de forma centralizada, absoluta. No entanto, desde o século XVII as ideias dos filósofos iluministas ganhavam espaço por toda a Europa. O Iluminismo foi um movimento filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão sobre a visão teocêntrica que vigorou por toda a Idade Média. De acordo com a divisão da sociedade naquela época, pode-se dizer que o Iluminismo foi um movimento iniciado pela burguesia.

   Alguns monarcas sofreram influências das idéias iluministas, e realizaram algumas reformas em seus reinos, reformas estas que contribuíram para o desenvolvimento de suas nações. Esses monarcas ficaram conhecidos como Déspotas Esclarecidos, ou seja, como Reis Absolutos Iluminados.

Os principais déspotas esclarecidos foram:
• Catarina II da Rússia – a partir das ideias iluministas, sobretudo de Voltaire e D’Alembert, a imperatriz limitou a interferência da igreja, pois passou a aceitar todas as crenças religiosas; construiu escolas e modernizou a administração, assim como reformou algumas cidades. O filósofo iluminista Diderot esteve na Rússia, a convite de Catarina II.
• José II, da Áustria – Apesar de não ter se aproximado dos filósofos iluministas, provavelmente por ser católico, José II realizou grandes reformas a partir das ideias iluministas na Áustria. Aboliu a tortura e a servidão, passou a cobrar impostos do clero e da nobreza, antes poupados, fundou escolas, construiu hospitais, reformou a legislação e permitiu todas as crenças religiosas.
• Frederico II da Prússia: Foi o monarca mais próximo dos filósofos iluministas, tendo inclusive, os acolhido quando os mesmos sofreram perseguições na França. Frederico II aboliu as torturas, fundou escolas, reformulou o sistema penal passou a aceitar todas as crenças religiosas.
• Marquês de Pombal – Não era um monarca, e sim um conde português, ministro do Rei D. José, de Portugal. Pombal expulsou os jesuítas das terras portuguesas (Portugal e suas colônias) e reformou a estrutura administrativa (educacional, econômica, social e do exército), desenvolvendo, dessa forma, o comércio colonial.

   As idéias iluministas adotadas pelos Déspotas Esclarecidos foram somente aquelas que não prejudicavam a manutenção da forma de governo que os mantinha, ou seja, que não eram contra a Monarquia Absolutista.

http://www.infoescola.com/historia/despotismo-esclarecido/

Liberalismo

   O liberalismo envolve um grupo de pensadores que viveram as particularidades da Europa nos séculos XVII e XVIII. Nessa época o espírito empreendedor e autônomo da burguesia propôs outras possibilidades na relação entre os homens e o mundo. A figura do burguês, que se lançava ao mundo para o comércio e contava com sua própria iniciativa para alcançar seus objetivos, destoava de todo um período anterior onde os homens colocavam-se subservientes ao pensamento religioso.

    Nesse contexto vários pensadores se mobilizam no esforço de dar sentido àquele mundo que se transformava. Um primeiro ponto do pensamento liberal defendia a idéia de que o homem tinha toda sua individualidade formada antes de perceber sua existência em sociedade. Desta maneira, o indivíduo estabelecia uma relação entre seus valores próprios e a sociedade.

    O modo mais sensato para que o homem pudesse equilibrar-se entre si mesmo e o social seria o uso da razão. A razão consistia na habilidade do homem em experimentar o mundo à sua volta (empirismo) e assim ponderar sobre as formas mais úteis e inteligíveis de se buscar seus interesses. Essa mesma razão seria um dote visível nos homens que tivessem sede pelo conhecimento. Em sociedade, o uso da razão também iria auxiliar na construção das melhores instituições e práticas.

    Esse traço universal dado a todos os homens, além de construir uma imagem positiva do individuo, concebe uma idéia de igualdade entre todos. O direito que o homem tem de agir pelo uso da sua própria razão, segundo o liberalismo, só poderia garantir-se pela defesa das liberdades. Temos nesse ponto o eixo central do liberalismo, que irá criticar todo e qualquer ato que promova a desigualdade ou a privação à liberdade.

    No aspecto político, o liberalismo vai demonstrar que um regime monárquico, comandado pelas vontades individuais de um rei, não pode eficazmente colaborar na garantia à liberdade. No momento em que a vontade do rei subjuga o interesse de um grupo social o Estado Monárquico impediria os princípios de liberdade e igualdade.

    Dessa forma, o governo deveria representar a vontade de uma maioria. Somente pela via democrática, concretizada pelo voto, o Estado poderia funcionar como representante dos interesses coletivos. As leis seriam uma espécie de contrato, onde o coletivo social negociaria como poderia firmar um tipo de governo voltado para a manutenção da liberdade e da igualdade entre os indivíduos.

    Referente às questões econômicas, o liberalismo defendeu o direito à propriedade e o livre comércio. O trabalho enquanto manifestação do esforço humano na busca da sobrevivência daria ao individuo o direito de posse sobre qualquer coisa obtida pelo fruto de suas ações. Dessa maneira, a propriedade privada é vista no pensamento liberal como um direito natural do homem que age.

    Além disso, o Estado não poderia interferir na economia, pois isto seria uma privação à liberdade de ação e principalmente um grande risco à prosperidade material da nação. Segundo os liberais, a própria economia desenvolveria meios para equilibrar-se. Na medida em que o Estado impedisse ou limitasse algum meio de produção da riqueza, a prosperidade estaria ameaçada ou destinada a setores restritos da sociedade.

    Enquanto sistema de pensamento, alguns liberais tiveram concepções diferentes entre si. Muitos deles tiveram suas teorias refutadas pelas sociedades da época. Na obra do pensador Jean- Jaques Rousseau (1712 – 1778), por exemplo, a propriedade privada era colocada como um mal responsável pela desigualdade entre os homens. Em resposta a burguesia do século XVIII refutou essa tese.

    Cada pensador liberal, ao seu modo e a partir de determinadas perspectivas, lançou um tipo de teoria. No entanto, em meio à diversidade de suas idéias, estabeleceu-se um conjunto de valores que integravam, liberdade, razão, individualidade e igualdade como princípios norteadores pela busca da felicidade humana.
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/liberalismo.htm